Desenvolver no homem sua essência ideal de forma a atender as necessidades que as justificava, esse era o estudo em comum de pensadores como Sócrates, Platão, Aristóteles na antiguidade e Santo Tomas de Aquino.
Para Platão a educação “deve proporcionar ao corpo e a alma toda a perfeição e beleza que são suscetíveis” para Aristóteles “deve moldar a matéria com a energia do sentido contido na noção de forma humana” e para Santo Tomas de Aquino de ser “uma atividade em virtude da qual os dons potenciais se tornam realidade atual”.
Esses filósofos pedagogos definiram a educação do homem através de um ideal de moral, de formação do caráter, de hábitos, do domínio das paixões, da justiça, do desenvolvimento intelectual, físico e artístico.
A relação de produção feudal pôde ser superada pela capitalista em que o trabalho conservador realizado pelas instituições sociais do primeiro desenvolveram as condições materiais para que novas necessidades, novas concepções, novos valores, novas finalidades gerassem o segundo.
Dentre as propostas pedagógicas produzidas no inicio dos movimentos transformadores Comênio elabora uma proposta de reforma da escola e do ensino e lança as bases para uma pedagogia que prioriza a “arte de ensinar” por ele denominada de “didática”.
Esta mudança de enfoque alterou a pratica diária da escola do ponto de vista da relação professor-aluno, dos meios e procedimentos utilizados, do conteúdo ensinado e gerou a produção de teorias pedagógicas direcionadas para a “arte de ensinar”.
A escola não pôde deixar de cumprir sua função conservadora. Foi assim desenvolvida uma tecnologia de ensino que levou a extremos a eficiência, a eficácia, a racionalização do processo de ensino. E a didática como síntese de determinada forma de organizar a pratica pedagógica, voltou, cada vez mais, seu objeto de estudo para aspectos técnicos, para os meios de ensino.
De um ponto de vista critico o objeto de estudo da didática não pode continuar atendendo as necessidades do capitalismo e enfatizar ora um, ora outro componente da relação pedagógica. Neste sentido o ensino da “arte de ensinar” para ser critico não pode se restringir aos meios desvinculados dos fins sociais da educação escolar, a escola, transmite uma compreensão-explicação de mundo. A articulação entre ensino-sociedade supõe a compreensão de qual concepção de educação, de homem, de sociedade fundamenta determinada forma de se organizar os objetivos, os conteúdos, os procedimentos e os recursos utilizados na relação professor-aluno. Supõe uma forma de ensinar a partir de sua contribuição para conservação-transformação da realidade, através de seu conteúdo pedagógico implícito.